sexta-feira, 3 de abril de 2009

Desenvolvimento Humano

II
Desde a Teoria da Origem das Espécies pela Selecção Natural de Darwin ( 1859) que o mundo da cientifico tomou consciência de que o ser humano mais não é mais que um ser vivo igual aos outros. É, no entanto, pelas ínfimas diferenças do nosso material genético que nos tornam diferentes e únicos, diferenças essas que se acentuam pela influência do meio em que cada um se desenvolve.
O bebé humano é o que após o nascimento está menos preparado para enfrentar o meio e sobreviver aos desafios da natureza, em poucas semanas os reflexos inatos que apresenta vão desaparecendo e dão lugar a uma lenta e árdua aprendizagem. A capacidade ilimitada de aprender é o que lhe permite sobreviver e desenvolver todas as suas reais potencialidades. A herança genética, como diz Francois Jacob é a sua programação para aprender e esta resulta na indeterminação dos seus comportamentos biológicos e permite-lhe igualmente, adaptar-se ao meio ambiente, social e cultural. Somos o resultado daquilo que herdamos biologicamente – genótipo - mas e também sem possibilidade de quantificação em percentagem , daquilo que vivemos – fenótipo.
O desenvolvimento é, pois, um processo contínuo, global e flexível e inicia-se no momento da fecundação e cessa com a morte.
Durante algum tempo a investigação nesta área do desenvolvimento humano centrava-se muito na infância e na adolescência, pois eram etapas com alterações rápidas e visíveis, a idade adulta era relegada pois acreditava-se que o ser humano estabilizava o seu desenvolvimento mantendo-se constante até ao final dos seus dias. Hoje sabe-se que há mudança e transformação continua pois as diferentes fases da vida requerem capacidades biológicas, sociais e psíquicas muito diferenciadas.
A psicologia do desenvolvimento é uma área de estudo fundamental para conhecermos o outro, enquanto ser em desenvolvimento. Só conhecendo a evolução dos processos psicológicos, biológicos, sociais e culturais ao longo do tempo, desde a fecundação até à morte, poderemos ter praticas de ensino - aprendizagem conformes às capacidades, competências e nível de maturação próprios de cada idade. Se as aquisições cognitivas durante a infância e a juventude são realmente muito numerosas e significativas, durante as outras etapas da vida de uma forma mais branda não deixam de se efectuarem. O sistema educativo vê-se assim, confrontado com requisitos cada vez mais elevados ao nível da criatividade, da aplicação e disseminação da informação, da transferência e adaptação de conhecimentos relevantes e exigentes susceptíveis de ocorrerem ao longo da vida. O conceito de educação ao longo de toda a vida aparece, pois, como uma das chaves de acesso ao século XXI.

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